segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Salinas, 1 ano depois...


Depois de seis meses vivendo neste lugar mágico, a realidade me trouxe a tona e me afastou temporariamente dessa montanha maravilhosa, depois de tantos sonhos de retorno finalmente saiu a trip em direção a salinas.

Eduardo “ formiga”, Dante e eu dividimos espaço no mesmo carro e seguimos em direção a salinas, depois de muitas horas de viagem passamos por Petrópolis, onde vislumbramos muitas montanhas, e um belíssimo por do sol com a visão do Cantagalo... que montanha... paramos em tere para abastecer e seguimos em direção ao refugio das águas, sendo recebidos com muito carinho pela galera lá presente.
Depois da barriga abastecida e os planos para o dia seguinte armados a cama foi pouca para tanto cansaço.

Acordamos e seguimos em direção ao capacete, a idéia era fazer a Cerj eu e Bernardo parceirão que mora no vale, e Eduardo e Dante fazerem a fata Morgana. O calor era tanto que já no meio do caminho passei mal, pressão baixou, tive que parar na trilha para recobrar as forças.

Nossa, como estou fora de forma! A via foi tranqüila, guiei poucas cordadas, devido a fraqueza, mas me senti muito bem de estar com o Bernardo naquela via clássica e maravilhosa. Descemos ainda cedo e como uma boa preguiçosa que sou decretei o dia seguinte de descanso, cachoeirinha e muita comida foram meu lema.

A próxima via que fizemos foi a via nova do Alê, na aresta do pontão do sol, guiei as primeiras que são do mundo da lua e o Bernardo imendou na aresta... o loucura em, crocotinhas e um sexto grau constante transformaram a via em uma parada dura. No meio do caminho ticano pediu uma seg em um top pra entrar nas olimpíadas das andorinhas, outra casca dura em um belo negativo do pontão. Feliz e satisfeita voltei pro refugio decretando mais um dia de riacho, quer dizer, descanso.

A próxima... esta sim seria uma parada dura! Lacas loucas no pico menor a via possui mais ou menos 400 metros com nove enfiadas, a primeira cordada segue por um sistema de lacas alucinante, sendo escalada toda em móvel.

Acordamos cedinho e subimos em direção ao pico menor, o subida íngreme viu. A sorte é que havíamos escondido o material no meio do caminho no dia anterior. Perto da base houve um desmoronamento devido as chuvas de janeiro. Encabecei a primeira cordada, laca linda, louca haha tudo parecia oco o que assustava bastante. A cordada era longa.. mas com bastante opção de proteção.

Respirei fundo quando cheguei na parada, nossa que filé de cordada!! A próxima o Bernardo guiou com maestria, uma fendinha rasa de 7 grau, tensa, com um pendulo em uma chapa para chegar a parada, outra cordada linda, mas um tanto dura.

A terceira cordada outro presente me esperava, um grande diedro também todo em móvel, com um lance em chapa logo na saída. Foi outra guiada alucinante, com uns posicionamentos bem legais, apesar do diedro estar bem sujo. Cheguei na p3 e mirei uma cordada bem protegida, de crocotas, me empolguei, e o ticano me deu maior força pra guiar.

Nossa como fiquei feliz! Entrei no lance, fiz as passadas, parei em uma chapa para dar uma descansadinha e cheguei na parada 4. vinha a frente uma chaminé esquisita.. e dura.. daí pra cima.. o bicho pega!! Salve o ticano que guiou o lance artificial que vinha a frente de chapas e parafusos, bem como as cordadas seguintes, muito duras de crocotas e expostas. Não sei de onde ele tirou tanta paciência! Mas chegamos ao anti cume.

Mas ainda não acabava por ai, seguiu se um curto rapel até uma grota e a seguir duas cordadas alucinantes, a primeira de agarrões, e a segunda com dois diedros perfeitos, com alguns lancinhos em crocotas tensos. Ticano me pilhou para guiar, mas aquela altura, tudo que eu queria era tomar cerveja no refugio! Assim com ele na ponta chegamos ao topo rapidamente, estávamos cansados e com sede, pois a água que levamos foi o suficiente para o cume.

De cabeça feita poderia voltar pra casa que já havia feito mais do que imaginava, mas, no outro dia outra via me esperava. Estava muito, mas muito cansada do dia anterior nas lacas mas, o animo e incentivo dos meus parceiros Ana AP e Speed curitibano atualmente morando em salinas me injetaram energia e alegria para mais esta via.

A solidas, no capacete. Fomos na frente e o Eduardo e Dante em outra dupla na mesma via logo atrás. Já havia feito a via duas vezes e queria muito botar a fofoca com minha amiga em dia, ai já viu... escalávamos em a conversávamos nas paradas, e o speed na ponta haha nos divertimos muito! Escalamos leve e rápidos, e não víamos a hora de chegar no rodízio de pizza que nos esperava! Hhhuuuuummmm pizza e cerveja, melhor maneira de terminar a noite! Dia seguinte partiríamos pra casa.. salve coração... haja coração pra ter coragem de sair daquele lugar...

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