segunda-feira, 24 de outubro de 2011

todas as Mulheres do Mundo 6o Vsup D3 E3+


Quando ouvi o nome dessa via fiquei fascinada, havia pouco estava morando no taquaril, e mirava todos os dias a face em que a via havia sido conquistada, além de ouvir com grande entusiasmo o relato da primeira repetição da via,nossa, alucinante! Precisava ir lá, ver com meus próprios olhos.

Consegui convencer meu parceiro que não curtiu muito o estilo da via logo no começo, me passando a ponta da corda. Toca pra cima! Guiei aprimeira, uffa, guiei a segunda, glub, 4+ exposto.. imagina o quinto..q vinha a seguir!

Resolvemos descer e foi uma das poucas vezes que desisti de uma via. Ai que danou, não a esquecia um só minuto, não via a hora de retornar, e a chance chegou!

Cordada feminina! Viva! Adriana Mello, Rosane Camargo, Jana Menezes eeu toca toca pra cima mulherada!!

Mas o calor estava tão insuportável que depois da terceira cordada descemos, mas fiquei feliz, pois fizemos a terceira enfiada. A vontade de terminar a via era absurda, e tentei convencer meio RJ a voltar lá comigo.

Mês passado, depois de quase um ano recebo um email da Ana Alvarenga, me convocando para fazer a via. Ela pegou no meu calinho, pois ela sabia que só assim, falando da via me convenceria a sair de salinas, e ficar 6h no ônibus pra chegar a Petrópolis. Estava muito ressabiada, pois recentemente torci o pé, quase desisti um dia antes, mas a vontade era tanta que as 7:30 estavamos na base da via, a Ana guiou as duas primeiras, que eu já havia feito duas vezes,
dando segurança vi um quati passeando na base da montanha, achei um bom sinal.

Guiei a terceira novamente, linda d+ com um matinho amigo pra salvar do perrengue!
Agora sim, tudo novidade, dali pra cima o bicho pega. 4 cordada, a mais forte da via, um sexto grau, em diagonal, e com lancinhos tensos, pois as chapas não eram tão perto. Foi uma emoção terminar a enfiada.

A Ana subiu limpando e estávamos tensas, pois a próxima enfiada é um dorso muito legal e exposto, não queria guiar de jeito nenhum, com medo de machucar o pé, a Ana encarou com a maior proeza e tb uma grande pilha que eu coloquei, pois, sabia que ela era mais do que capaz! A cordada era realmente muuiitttoo exposta, e a Ana ficou tensa! Quando ela chegou na parada
ouvi a frase célebre do dia!

“lú eu vou te matar. Nunca senti tanto medo!”

Hhiii quase rapelei dali, mas fui a caminho da fera, chegando na parada fiquei feliz com o sorrisão dela, me agradecendo a motivação, bom d+

Sexta enfiada, um pouco exposta, mas tranqüila, fui pulando de platôs em platos de mato, escalando alguns pedaços, trepando outros matos, até chegar a parada. A felicidade era imensa, pois nos demos conta de que chegaríamos no cume, finalmente! Não estava acreditando!
Mas o dia estava passando e bem rápido.

A Ana guiou rapidinho a sétima, apesar de um grampo tenso em uma bolha no meio do caminho. Surpresa ao chegar na ultima enfiada, um quinto grau, lindo, técnico, de agarras abauladas que consegui guiar rápido, vibrando a cada costura, cheguei no final da via, vibrei, cantei, assoviei, e chamei a Ana pra festa, comemoramos muito, mas, não fomos ao cumezinho da agulha, pois a noite chegava.

A sensação de missão cumprida foi ótima, tirei um peso dos ombros, rapelamos rapidinho e chegamos no chão com luz, apesar de termos feito a trilha de noite, comemorando com aquela cervejinha no fim do dia.
Meninas, pra todas vcs a repetição da via “Todas as mulheres do mundo”

Garotas avec Elegance

Escalada é uma paixão, dessas difíceis de desapegar, e por conta dela, abracei esse mundão, escalando paredes em várias partes do Brasil. Como não me sacio com pouco, decidi morar nos picos de escalada, conhecendo assim toda a natureza que rodeia nossas montanhas, e seu entorno como tantos falam, me presenteiam diariamente.

Morei em São Bento do Sapucaí onde fiz grandes amizades, dentre elas a da Mônica Filipini, garota de fibra e que foi minha parceira em uma grande aventura em Salinas, local que resido a alguns meses. Quando falo de parceria, é incrível pensar como funciona uma cordada feminina, o comprometimento para se alcançar o objetivo, a consciência de que o sucesso depende apenas de nós mesmas, de darmos o primeiro passo e encarar o desafio de frente, que para nós veio na forma da via Decadence avec Elegance, desesseis cordadas com direito a abelhas e sétimos graus.

Há muito tempo combinávamos de escalar juntas, mas, a oportunidade foi surgir somente agora. Mônica chegou em casa crente de que faríamos uma via fácil, com intenção de aclimatarmos, vermos como nossa escalada fluiria, quando lhe joguei idéia que tinha em mente a vários dias. Vamos fazer a Decadence, e amanhã! Surpresa minha quando ela topou!

Showww! Agora é arrumar os equipos e sair madrugada adentro com mochila nas costas. Porteei o material de bivac até o vale dos deuses e a Mônica pegou a trilha em direção ao pico maior com os equipos, assim as 7:20 estávamos na base da via.


Emendei as duas primeiras por conta das abelhas e a Mônica emendou as duas próximas, agilizamos, emendando sempre que dava e revezando as cordadas. Quando demos por conta estávamos na base do primeiro crux, uma bela cordada de sexto aderente que continuava em uma fenda de dedos, mista, lindíssima, cheguei na p11 e chamei a Mônica, agora vinha o crux de verdade! A cordada de 7ª que a Mônica guiou com maestria, mas, que depois de um lance longo e um pouco exposto decidiu me chamar para dividirmos o crux humanitariamente. Ri quando cheguei, pois, o lance mais difícil ela já havia feito e costurado. Sobrou para mim apenas um lancinho de pé alto e mais alguns metrinhos até a parada, onde consultamos o relógio e eram apenas 12:20!!! Relaxamos e lanchamos.

A Mônica guiou as próximas cordadas, emendando da p11 até a p13, cordada que considerei a mais bonita da via, com belas agarras e lances aéreos. A próxima cordada foi uma confusão do cão, pois via se mistura com a Matheus Arnoud, e quando vi, estava na base da segunda chaminé da leste.

O que é que eu to fazendo aqui!!!

Via o bico de pedra do artificial e sabia onde estava a parada, pois várias vias se juntavam ali, inclusive a Arco da Velha que havia feito na semana anterior. Como duas cabeças pensam melhor do que uma, chamei a minha parceira e enquanto dava seg analisava a barriguinha que precisava ser feita para alcançarmos a próxima parada.

Com a Mônica mais perto me incentivando foquei no lance e cheguei na parada, com o coração aos pulinhos, dei uma seg esperta pra Mônica, pois em diagonal tanto o primeiro quanto o segundo precisam de atenção pra não pendular. E chegamos no artificial que também se mostrou uma cordada tensa, pois mesmo com cordins e fitas a Mônica teve dificuldade em alcançar a ultima chapa do artificial, depois entrou em um lance com agarras quebradiças e quando viu estava fora da linha da via, o lance era pela chaminé, como a chapa indicava, assim costurou e conseguiu voltar pra via. E nessa cordada ainda havia surpresas, lances de quinto graus adrenantes pra se chegar na parada, uma emoção atrás da outra! Sem falar o frio e as nuvens escuras que ameaçavam chuva!

Guiei a próxima cordada que me aqueceu, pois, estava com muito frio, e cheguei na base do que chamo de presente: um diedro fendado na ultima cordada. Presente dos deuses, lindo, que guiei com maior carinho, chamando a Mônica.

Chegamos no cume, felizes da vida ainda não acreditando no que havíamos realizado, agora só nos restava descer, rapeis que não acabavam mais, chegamos no chão escurecendo, lindo!

Luciana Maes tem o apoio da km 10 Sports e Refugio Ronca Pedra alimentos orgânicos. Mônica Filipini tem o apoio da Equinox.


veja essa matéria na integra com melhores fotos no mountain voices de outubro do ano passado.

agulha do diabo

Em meio a serra dos órgãos surge escondidinha na vegetação a agulha do diabo, A via cheia de tudo um pouco, feita em um dia de sol e todo o visual que a serra pode nos oferecer

No abrigo do elefante, em Petrópolis, surgiu o assunto agulha do diabo, lugar fantástico, de difícil acesso que nos chamou muito a atenção. Conversamos de fazer a escalada, mas, o assunto ficou meio esquecido devido ao fim da temporada e época de chuva.

Foi em um sábado, que a Ana veio com a notícia, de que a Helena estava a fim de ir pra agulha, pirei com a idéia, pensamos nas alternativas, olhamos o clima, e montamos a trip, Ralf, Ana, eu e Helena única que já havia feito a agulha várias vezes e conhecia a trilha muito bem.
Chegando em Tere, fomos surpreendidos por piratas, enfermeiras, uma festa a fantasia quase na entrada do parque, uma hora e meia no transito...

Chegando atrasados começamos a caminhada às 8 da manhã, caminhada longa

e cansativa, mas, quando pegamos a bifurcação de acesso ao paredão paraguaio, fui surpreendida pela bela visão da verruga do frade, e toda a serra dos órgãos, demais, agora só falta a agulha.

Descemos o grotão que dá acesso a agulha, lugar úmido e com uma bela vegetação além de um riacho onde pudemos coletar água. Subindo o mesmo grotão passando um lance de caverninha chegamos à base da via, onde já havia outras pessoas que iam fazer o diabinho outra agulha menor localizada ao lado da agulha do diabo e com visual incrível. Estava com sede de escalar, e a Helena foi uma ótima parceira me deixando guiar quase tudo, pois já havia feito a via várias vezes

Bom, agora é tocar pra cima, Ralf e Ana foram à frente para dar uma acelerada, depois saiu eu e a Helena, a primeira cordada linda, com pequeno diedro fendado na saída, uma escalada diferente das comumente feitas, pois entalava o pé esquerdo e me subia nele, não havia quase nada a direita. Chegando à parada parti pra segunda, pirei!! Muito entalamento, show escalar em meio a vegetação é incrível, mais incrível é com todo aquele visual, o garrafão..



Caminhando para a terceira, chegamos na base da primeira chaminé, o Ralf saiu guiando e não sabia direito aonde ir, a Helena foi junto, bem dizer solando, para mostrar ao Ralf o caminho, incrível o lance, com pedras entaladas no meio da chaminé, e como ela já estava lá em cima, fiz a cordada de segundo, curtindo cada momento.principalmente o cavalinho, que tinha no meio da chaminé, um lance em oposição, que com certeza, se estivesse guiando ia sentir falta de um friend. Mais uma caminhadinha e chegamos na unha, outra pedra encostada na agulha, para acessar a chaminé dentro da unha, há um lance em diagonal, o Ralf fez o lance pela borda da pedra, eu entalada de barriga pra baixo, e a helena de barriga pra cima, foi engraçado. A Ana também, como ótima bouderista, passou voando pela borda.



Dentro da unha, a chaminé começava apertada e ia abrindo, fui caminhando por baixo devido ao meu tamanho, enquanto os outros iam chaminelando em diagonal até o meio da unha, onde havia os grampos. Rapidão estava na ponta da unha onde há uma parte super vertical, com cabos de aço até o cume.


Então, só alegria, comemoração, assinar o livro.. e sentir toda a vibração do lugar, fantástico, se tivesse oportunidade, ficaria lá meses, sem problemas. Curtindo os caminhos, as pedras, as vias...


ahh as montanhas...

lembro da primeira caminhada que fiz, as sensações que senti , a energia que o ambiente me trouxe, não há nada que os grandes centros urbanos me tragam que possam me tirar do deslumbramento que sinto a cada dia nos lugares onde vivo, onde realmente me sinto viva.

acordo todos os dias e vislumbro o céu, o mar, as estrelas, tenho as pedras da vaca e do mirante de inspiração e mesmo depois de ter escalado estas pedras tantas vezes é inacreditável a sensação de ágape quando toco elas, chego ao cume, abraço meu parceiro... os dias de sol não param de chegar, o vento muda constantemente me fazendo sentir parte importante deste universo. por ter a chance de conseguir parar e observar atentamente o mundo que nos cerca, de ter ao meu lado bons amigos, e saber que os amigos que estão longe me mandam boas vibrações que sinto todos os dias que se passam.

caminho todos os dias, me preparo pras montanhas que ainda quero conhecer em minha vida, uma vida só é pouco, a vibração do que sinto é tanta que chego a sonhar com salinas, me vejo sempre chegando lá, sendo recebida pelos amigos, tb sonho com patagonia, com os amigos em chaltén, vejo o cerro torre nublado, fotos dos amigos que viveram aventuras por lá e espero ansiosa a minha vez. sem precipitação, sem euforia, com muita logistica e carinho sabendo que colherei os frutos de toda a entrega e desapego.



Salinas, 1 ano depois...


Depois de seis meses vivendo neste lugar mágico, a realidade me trouxe a tona e me afastou temporariamente dessa montanha maravilhosa, depois de tantos sonhos de retorno finalmente saiu a trip em direção a salinas.

Eduardo “ formiga”, Dante e eu dividimos espaço no mesmo carro e seguimos em direção a salinas, depois de muitas horas de viagem passamos por Petrópolis, onde vislumbramos muitas montanhas, e um belíssimo por do sol com a visão do Cantagalo... que montanha... paramos em tere para abastecer e seguimos em direção ao refugio das águas, sendo recebidos com muito carinho pela galera lá presente.
Depois da barriga abastecida e os planos para o dia seguinte armados a cama foi pouca para tanto cansaço.

Acordamos e seguimos em direção ao capacete, a idéia era fazer a Cerj eu e Bernardo parceirão que mora no vale, e Eduardo e Dante fazerem a fata Morgana. O calor era tanto que já no meio do caminho passei mal, pressão baixou, tive que parar na trilha para recobrar as forças.

Nossa, como estou fora de forma! A via foi tranqüila, guiei poucas cordadas, devido a fraqueza, mas me senti muito bem de estar com o Bernardo naquela via clássica e maravilhosa. Descemos ainda cedo e como uma boa preguiçosa que sou decretei o dia seguinte de descanso, cachoeirinha e muita comida foram meu lema.

A próxima via que fizemos foi a via nova do Alê, na aresta do pontão do sol, guiei as primeiras que são do mundo da lua e o Bernardo imendou na aresta... o loucura em, crocotinhas e um sexto grau constante transformaram a via em uma parada dura. No meio do caminho ticano pediu uma seg em um top pra entrar nas olimpíadas das andorinhas, outra casca dura em um belo negativo do pontão. Feliz e satisfeita voltei pro refugio decretando mais um dia de riacho, quer dizer, descanso.

A próxima... esta sim seria uma parada dura! Lacas loucas no pico menor a via possui mais ou menos 400 metros com nove enfiadas, a primeira cordada segue por um sistema de lacas alucinante, sendo escalada toda em móvel.

Acordamos cedinho e subimos em direção ao pico menor, o subida íngreme viu. A sorte é que havíamos escondido o material no meio do caminho no dia anterior. Perto da base houve um desmoronamento devido as chuvas de janeiro. Encabecei a primeira cordada, laca linda, louca haha tudo parecia oco o que assustava bastante. A cordada era longa.. mas com bastante opção de proteção.

Respirei fundo quando cheguei na parada, nossa que filé de cordada!! A próxima o Bernardo guiou com maestria, uma fendinha rasa de 7 grau, tensa, com um pendulo em uma chapa para chegar a parada, outra cordada linda, mas um tanto dura.

A terceira cordada outro presente me esperava, um grande diedro também todo em móvel, com um lance em chapa logo na saída. Foi outra guiada alucinante, com uns posicionamentos bem legais, apesar do diedro estar bem sujo. Cheguei na p3 e mirei uma cordada bem protegida, de crocotas, me empolguei, e o ticano me deu maior força pra guiar.

Nossa como fiquei feliz! Entrei no lance, fiz as passadas, parei em uma chapa para dar uma descansadinha e cheguei na parada 4. vinha a frente uma chaminé esquisita.. e dura.. daí pra cima.. o bicho pega!! Salve o ticano que guiou o lance artificial que vinha a frente de chapas e parafusos, bem como as cordadas seguintes, muito duras de crocotas e expostas. Não sei de onde ele tirou tanta paciência! Mas chegamos ao anti cume.

Mas ainda não acabava por ai, seguiu se um curto rapel até uma grota e a seguir duas cordadas alucinantes, a primeira de agarrões, e a segunda com dois diedros perfeitos, com alguns lancinhos em crocotas tensos. Ticano me pilhou para guiar, mas aquela altura, tudo que eu queria era tomar cerveja no refugio! Assim com ele na ponta chegamos ao topo rapidamente, estávamos cansados e com sede, pois a água que levamos foi o suficiente para o cume.

De cabeça feita poderia voltar pra casa que já havia feito mais do que imaginava, mas, no outro dia outra via me esperava. Estava muito, mas muito cansada do dia anterior nas lacas mas, o animo e incentivo dos meus parceiros Ana AP e Speed curitibano atualmente morando em salinas me injetaram energia e alegria para mais esta via.

A solidas, no capacete. Fomos na frente e o Eduardo e Dante em outra dupla na mesma via logo atrás. Já havia feito a via duas vezes e queria muito botar a fofoca com minha amiga em dia, ai já viu... escalávamos em a conversávamos nas paradas, e o speed na ponta haha nos divertimos muito! Escalamos leve e rápidos, e não víamos a hora de chegar no rodízio de pizza que nos esperava! Hhhuuuuummmm pizza e cerveja, melhor maneira de terminar a noite! Dia seguinte partiríamos pra casa.. salve coração... haja coração pra ter coragem de sair daquele lugar...

Pérolas machistas

Aos que acham que o mundo vertical é desprovido desse tipo de preconceito, estão muito enganados... Freqüentemente escutamos frases do tipo:

_ Se ela faz eu também faço,

_ tem que ser muito macho pra conseguir fazer isso...


você acha esta “menina” muito macho pois então, um cidadão do sexo masculino ao assistir o campeonato de escalada achou. E ainda achou que estava fazendo um elogio!

E o que dizer de um ser que ao não conseguir mandar a via, passar a ponta da corda com muita insistência não querer por orgulho escalar de segundo

Essas e outras acontecem por mais que em nossas unhas tenham um esmalte colorido, ou estejamos escalando um 10 grau. Deveríamos deixar nossa feminilidade de lado por conta de uma aventura sem baton rodeada de marmanjos. na na na não...

Chego a pensar que estou pirando, sendo feminista demais, e acabo botando esse ponto de vista sempre na frente do que realmente acontece... não sei. Mas fico triste em pensar que muitas vezes fui excluída da escalada por estes machões não acreditarem que eu não fosse capaz.

Vcs não acreditam, mas já cheguei a chorar na base de via, implorando pra guiar a cordada e meu parceiro não deixar. Dizendo que eu não seria capaz, arrumando desculpas.. bom, é claro que como boa tinhosa que sou voltei em todas estas vias e provei a mim mesma que eu sou capaz, eu vou, eu faço, com minhas próprias pernas, boa vontade e muita atitude. O que nunca poderá faltar numa escalada.

Prezo muito pela parceria feminina.. a mulherada não liga não se vai escalar em 2, ou 10 pessoas, se vai chegar ao cume, ou pelo menos se divertir nas primeiras cordadas, todas as vias em cordadas femininas me deixaram com um orgulho danado, festejava por mim, sentia a alegria da minha parceria, sempre rolou uma boa sintonia nas cordadas femininas, seja fazendo uma via tensa, ou curtindo uma viazinha no fim do dia.



Também curto meus parceiros, devo aos meninos que tiveram paciência, dedicação e me incentivaram a ser hoje a porra loka que sou hahahahaha. vcs podem ter certeza de que nada foi em vão.. mesmo os momentos mais tensos, esses foram os de maior aprendizado e crescimento.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Canto Grande



e Não é só no nome não, é grande em beleza, aguas cristalinas, uma vegetação impressionante e o melhor!!



MUITAS ESCALADAS!!!!




pra todos os gostos, fenda para principiantes, fendas durissimas, um granito resistente e abrasivo, vias esportivas que chegam ao nono grau, os sétimos mais doidos e doloridos, e mais, tudo isso a cinco minutos da estrada... com direito a cervejinha e tudo mais na saida do mirante.


mas, se vc prefere vias um pouco mais longas tem a pedra da vaca, com a boi nos ares, a via mais tipica do local,


na beira do mar, irá encontrar também vários blocos, bolders elegantérrimos e um ótimo lugar pra vc montar sua slack line...
belas caminhadas, praias desertas de mar azul, cachoeiras...



realmente... o paraiso só pode ser aqui!!


terça-feira, 22 de março de 2011

RETORNANDO A ATIVA!


BOM É ISSO AEE, AGORA PROMETI AO SANTO DOS ESCALADORES FUDIDOS E DAS SAPATILHAS FURADAS QUE IREI ATUALIZAR FREQUENTEMENTE MEU BLOG,

SEI QUE JÁ PROMETI ISSO ANTERIORMENTE, MAS A DISTANCIA EM KILOMETROS DA CIDADE MAIS PRÓXIMA, E DA BANDA LARGA ME FAZIAM DESISTIR ASSIM QUE ABRIA A JANELA E VISUALIZAVA O ANHANGAVA, QUER DIZER, A PEDRA DO ELEFANTE, OU SERÁ QUE ERA O PICO MAIOR... PUXA... ESSE ANO QUE PASSOU ME DEIXOU MUITAS HISTÓRIAS PRA CONTAR... AS VEZES ME PARECE IMPOSSIVEL FAZER TANTAS COISAS EM UM ANO, PARECE QUE CRESCI TANTO... MAS PASSOU TÃO POUCO TEMPO...


BOM ESPERO QUE CURTAM!



"AQUELE QUE TENTOU, É SUPERIOR AQUELE QUE NADA FEZ"


frase do célebre escalador batata
Nossa, tanta coisa se passou desde minha ultima postagem... não sei nem por onde começar...

uma viagem a argentina... um terremoto no meio do caminho... uma abertura de temporada em curitiba... salve salve o anhangava, salve salve 5.13, obrigada a todos pelo carinho!

uma proposta de trabalho no Rio, uma corrida organizada no mundo taquaril, crianças de uma linda comunidade felizes, Aninha, Ralf, Anita ,Beto, Ivanilda.. devo muito aprendizado a vcs"

mudança para salinas, uma casa incrivel nos pés da montanha, o encontro de amigos da terrinha, novas amizades, reatando velhos laços, descoberta de sentimentos, artesantos de bambu... um grande acidente, uma queda, um pé torcido.. uma grande luta.. sobrevivencia na montanha.. a hora de dar tchau, a esperança de voltar, o trabalho pra viagem... espanadora de arvore gigante de natal... e o dim dim para uma nova viagem, arenales... muitos amigos... xuxuxuxaxaxa... cuias e flores, espinhos e dores.. granizo e tempestades, a hora do retorno...

a mão na frente outra atrás... a grana acabou, o eterno recomeço... os 10 kilos a mais... o momento de dúvidas e depressão.

a frase celebre!

"O QUE É TEU TÁ GUARDADO"

O trabalho em Canto Grande o mirante mágico, as paredes do começo... amanhã é dia de escalada!!

bora bora galera, escalar com esta incrivel lua cheia"

é, acho que devo começar daqui...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

DIAS DE MUNDO TAQUARIL








Este fim de semana consegui explorar lugares inacreditáveis no lugar onde moro. na companhia das meninas do Rio, Adri, Rô e jana e do casal do abrigo,Ana e Ralf. Curtimos de montão esse pedaço de paraiso.

Apesar do sol quente não resistimos a rocha e no sábado fomos para a via todas as mulheres do mundo. (realmente o nome chama) fizemos as 3 primeiras cordadas e com o sol a pino resolvemos descer. A escalada foi maravilhosa e consegui fazer a terceira cordada. Estava encucada com ela. e na primeira vez que entrei fui até a segunda cordada. fiquei super satisfeita a cordada não era tão assustadora quanto pensei. a vontade de chegar ao cume era imensa, mas, vai ficar pro inverno. e de preferencia total, com minhas companheiras, que me deram toda a empolgação necessária pra completar a terceira enfiada!

depois disso elas me levaram para conhecer uma cachoeirinha ao lado de casa! agua deliciosa, só assim pra refresscar a cuca. bom d+

No domingo, sol a pino. Fomos para a propriedade do lessa, grande montanhista mora no taquaril a mais de 30 anos e montou uma pousada utópica. o lugar parece até conto de fadas.

cada dia me maravilho mais no MUNDO TAQUARIL.







segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ESCALADAS GRINGAS

depois de ler, reler, triler a matéria da kika na salathe wall resolvi procurar mais alguma coisa sobre aquele paraiso chamado yosemite e achei esse site de videos alucinante, onde mostra a Steph Davis fazendo vários trechos da via, pulando de BASE JUMP,fazendo bolder.. a mulher é incrível. fiquei fascinada por ela depois de assistir o sharp end.

um viva a todas as mulheres, guerreiras das montanhas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

http://vimeo.com/6815485

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

1ª cordada feminina a fazer festa na Dumbo



por Ana Alvarenga

Numa brecha de estiagem (5 dias sem chuva) de novembro, com sol bombando, sábado dia 7, rolou a primeira cordada feminina a fazer o cume da Pedra do Elefante pela via “Dumbo na Festa do Céu” 5ºsup VIIb E3 D3, com 380 m de extensão. Ana Alvarenga e Luciana Maes fizeram a via em 7h.30min, revezando as 9 enfiadas de 2 em 2 (só francezaram 15 m da 2ª), todas em livre, sendo que dividiram solidariamente a última enfiada (crux), bem protegida, forte e técnica... as duas vacaram mas conseguiram repeti-la.

Esta começa num lindo headwall negativo e termina num 90º cheio de regletes, tendo 50 m até o último grampo. A “Dumbo...” é uma das vias mais freqüentadas do Elefante, mas nem todas as cordadas costumam fazer cume por ela, já que se pode acessar o platô da “Ni’um Homizin” na 8ª. Pode-se dizer que a via toda se divide em 4 “degraus”, ou seja, 4 estágios de inclinação e nível técnico, que se elevam gradualmente (de 3º a 7º). Durante o verão, as últimas enfiadas costumam estar babadas por uma língua de água constante. Por isso, as meninas foram sem compromisso, e quando chegaram em P8, constataram que a língua passava rente aos grampos mas não afetava demais os lances do headwall. Tocaram então para o cume. Tentaram com todas as forças encadenar a enfiada crux, o que fica pro futuro... de preferência na temporada. Rapelaram pela mesma via (esta é a melhor opção de rapel do cume do Elefante no momento). Ana já havia tentado terminar a via em 2007 com Helena Fagundes, mas chegaram na base do headwall e somente laçaram os 3 primeiros grampos (Helena o fez com precisão!), trabalharam alguns lances de top rope, e desistiram do cume.
A linha da “Dumbo...” é praticamente toda óbvia, só devendo-se atentar para não confundir um grampo pra direita (da “Vidas Secas”) na altura da 7ª enfiada, sendo suficiente uma leitura da imagem abaixo. A via não possui grampeação dupla, assim ficando opcional ao escalador onde efetuar sua parada.



Um aviso importante: a trilha para a “Dumbo...” é beirando a montanha desde a base da “Raja” até pouco após a fenda “Xodó da Vovó” (Setor Grotão), cortando então o capim até a base da montanha de novo, em direção à parede da esquerda. O motivo deste aviso é que andaram abrindo uma nova trilha antes do Setor Grotão... pedimos que mantenham a antiga caminhada, que dá acesso aos setores e vias da esquerda e deve ser marcada porque é de difícil manutenção. Isso só acrescenta mais uns 3 minutos à caminhada! Utilizando uma única trilha, evitamos a fragmentação excessiva deste frágil ambiente e ajudamos na manutenção dos caminhos. Providenciaremos a devida marcação desta caminhada e dos acessos proibidos.
Aproveitando... a laje continua fechada!
Todas as determinações com relação ao acesso à montanha (isso inclui os bolders) comporão um Plano de Uso Público Emergencial para o MONA-PE, que será elaborado pelo órgão gestor da Unidade de Conservação juntamente com os proprietários da base da montanha. Por enquanto, entre em contato para escalar por aqui, caso contrário, o portão estará fechado. O abrigo
continua funcionando normalmente


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quarta-feira, 11 de novembro de 2009


Muitas vezes nos perdemos no caminho.. em busca de um lugar bonito que irá nos satisfazer eternamente.. aquele lugar onde tudo se perde.. tudo se deixa.. levado pelo desapego. Sempre em busca do mais profundo âmago do inconsciente onde realmente encontramos o sentido da existência, barrando todas as discrepâncias do ego. Fazendo nos sentir como um todo. Afetando profundamente todo o ser. Imaginamos esse lugar como um espaço verde, onde riachos e cachoeiras correm mostrando ao fundo peixes na água cristalina. Onde se colhem lindos frutos e os animais correm livres. Pedras brotam e nos dias de inverno tudo é coberto de branco. Continuando a se perder no caminho descubro que esse lugar se encontra realmente em algum ponto. Não em um ponto longe. Mas no único lugar onde realmente faria sentido. Dentro de mim mesma. Esse lugar sou eu. Esse lugar, É cada um de nós. E só cabe a nós mesmos acharmos um caminho mais fácil para chegarmos até ele.